Iluminamos: Getúlio

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GetuliopostOlá, Nerds e Nerdas, tudo bom? Recentemente, resolvi agradar a mamãe Delarue e, para tal, fomos assistir ao filme Getúlio. Como todos sabem, eu não curto filmes biográficos, mas Getúlio está mais para um filme histórico do que para um filme biográfico.

O filme nos leva a 1954 e mostra os bastidores dos últimos dias do ex-presidente da República. O filme é narrado a partir do atentado ao jornalista Carlos Lacerda, que era opositor ao presidente e como o Governo tenta descobrir o culpado por tal ato enquanto sofre pressão de todos os lados.

Em Getúlio, assim como em todos os filmes sobre política, é mostrado como é, de uma certa forma, difícil estar num cargo cuja ordem precisa ser mantida mesmo após ouvir vários lados e, principalmente, em consequência dessas mesmas vozes.

Não tem como não associarmos a tentativa de intervenção militar com o golpe que ocorreu dez anos depois. Quanto ao suicídio de Getúlio, fiquei com a impressão de que ele o fez para simbolizar o legalismo. Já que, ao longo do filme, é comentado sobre “respeitar o que está na Constituição”.

2014 marca os 50 anos do Golpe de 1964. O que torna o filme interessante, pois Getúlio também é mostrado como ditador em sua primeira passagem como presidente (Estado Novo), ou seja, ele próprio rasgou a Constituição – duas vezes! – para se manter no poder. E quantas vezes nossos queridos ditadores não fizeram o mesmo?!

O suicídio de Getúlio, nesse contexto, mostra que sua morte é mais uma forma de não ser preso, uma atitude radical, do que a tentativa consciente de se tornar um mártir para o povo. O presidente, então, não é considerado na película como alguém que tenta, a todo o custo, manter a nova Constituição. O filme é quase brilhante ao conduzir essa linha de interpretação.

E, por falor em ditadura, não se descobriu quem foi o mandante do ataque a Carlos Lacerda, mas não tem como não colocar essa dúvida no colo dos militares, já em 1954.

Resumindo: o filme é muito bom para quem quer conhecer mais sobre a história da política no nosso país.

Abraços.

Leonardo Delarue

Nerd clássico, nascido na década de 80, que gosta de video-game e heavy metal. Só escreve o que gosta, sem bases para sustentar suas teorias e/ou argumentos.

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