Iluminamos: X-Men – Dias de Um Futuro Esquecido

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Dias de Um Futuro Esquecido foi uma das sagas mais marcantes dos X-Men, nos quadrinhos dos anos 80. Publicada em duas edições (no Brasil, pela extinta Superaventuras Marvel), Chris Claremont e John Byrne fizeram algo tão impactante ao ponto de inspirarem a criação de outro clássico, só que nos cinemas: O Exterminador do Futuro. Em um futuro alternativo os mutantes vivem em campos de concentração e são impiedosamente perseguidos e controlados pelos Sentinelas, robôs gigantes programados para caçar mutantes. Muitos já foram mortos, e Kitty Pride (já adulta), é a escolhida para voltar ao passado e tentar modificar um acontecimento chave que desencadearia este trágico futuro.

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Em cima as capas originais americanas. Embaixo a capa da edição brasileira (primeira parte) e a republicação em uma edição especial, anos depois.

Ironicamente, depois dos mutantes sofrerem alguns anos com produções de gosto duvidoso (como X-Men 3 e os filmes solos do Wolverine), conseguiram uma “sobrevida” no cinema ao focarem no passado, com X-Men – First Class. No novo filme, para garantir o futuro da raça precisam voltar novamente no tempo, tanto literal quanto simbolicamente. E como foi?

Digamos que a missão teve 50% de sucesso. Realmente Dias de Um Futuro Esquecido impressiona e empolga, nos fazendo esquecer das várias escorregadas da franquia. Brian Singer e seus roteiristas conseguiram consertar muitas das mancadas (mas não todas) nos filmes anteriores e costurar a cronologia da melhor forma possível, principalmente no que se refere ao X-Men 3 e Origins:Wolverine. É bem verdade que o plot da viagem no tempo ajuda.

O filme começa com a visão do futuro. A sequência inicial é realmente assustadora, forte e cruel, remetendo imediatamente ao holocausto judeu. A equipe da época empolga ao entrar em ação. Todos mostram suas capacidades mutantes, com destaque para Blink que com seu poder de criar portais cria um belo jogo na tela (intensificado pelo 3D). Os Sentinelas modernos são cruéis com seus ataques. O futuro realmente mostra angústia e desesperança, e é o melhor núcleo do filme.

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A versão Sentinela do futuro é cruel e eficaz. Após vê-lo em ação você entende o motivo do desespero dos mutantes.

Na versão para as telas, quem volta no tempo é Wolverine (Hugh Jackman), com motivos explicados logo no início da trama. Já no passado, o filme se torna divertido e com tensão menor. Algo próximo de First Class, porém um pouco mais alheio aos eventos reais. Ou seja, se no primeiro filme tínhamos a Crise dos mísseis de Cuba como parte da trama, agora existem apenas citações de fatos, como o assassinato do presidente Kennedy.

Entre os personagens do núcleo dos anos 70, todos possuem um bom tempo na tela, o que reduz a tão criticada ênfase em Wolverine. E todos estão muito bem em seus papéis. Charles Xavier (James McAvoy) é um cara amargurado que conseguimos sentir pena, Magneto (Michael Fassbender) é um cara imponente e até Wolverine ficou legal como alguém deslocado do seu tempo e incomodado com sua missão. Apenas uma ressalva para Mística (Jennifer Lawrence) que é bastante obstinada, mas segue um caminho bem diferente do que conhecemos nos primeiros filmes da franquia. Sinal de que algo ainda vai acontecer em filmes futuros para que ela se torne a vilã que conhecemos. Bolivar Trask (Peter Dinklage) é um tremendo safado e mais cruel do que aparenta. Cumpriu bem sua missão na trama.

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Óbvio que não tem isso no filme. O que não significa que não tenham cenas parecidas.

Mas de todos os personagens, o melhor é sem dúvida Mercúrio (Evan Peters), chamado aqui de Peter Maximoff. O personagem é marrento, mas divertido, e seu poder é fantástico. Arrisco dizer que Brian Singer não só conseguiu igualar a tão elogiada sequência inicial de X-Men 2 (com o Noturno), como a superou. Destaque para o diálogo que ele tem com Magneto. Os fanboys certamente terão ataques múltiplos.

Contudo, se Brian Singer consegue a redenção com Mercúrio, não se pode dizer o mesmo com a trama do passado. O ponto fraco do filme são algumas ações confusas e sem explicações convincentes, pois aparentam dar ênfase para a “ação” em si do que para a “intenção”. Dois exemplos são a cena do Magneto no trem, que não é muito clara no objetivo, e a da levitação do estádio (vista nos trailers). Ela é grandiosa, mas no fim você acaba se perguntando o motivo de tanto esforço. O destino de Wolverine na batalha final também é meio forçado.

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Talvez você tenha achado os figurinos ridículos, mas basta que eles entrem em ação, e vão te fazer esquecer qualquer reclamação.

No mais, está tudo bem trabalhado: As caracterizações, arte e figurino da década de 70, cenas empolgantes, personagens respeitados, muitos mutantes (alguns aparecem de forma surpreendente) e até a música está ok. Sobre o 3D, confesso que não sou muito fã. Mas o efeito em algumas cenas é tirar o fôlego, como o jogo de portais da Blink. Neste caso o 3D pode ser uma boa opção.

X-Men: Dias de Um Futuro Esquecido, mesmo com todos os poréns, prende a atenção e é diversão garantida. Um filme feito para os fãs (e que parece ter levado em conta as reclamações dos mesmos ao longo da franquia), mas agrada também aos que não conhecem a HQ. Porém, não considero que vá se tornar um clássico. Talvez uma boa opção na TV fechada daqui a um tempo.

Ah! E tem cena pós-créditos. Não chega a ser surpresa, pelo que já saiu na internet sobre o futuro dos X-Men, mas vale a espera.

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Vilipendiador Unperucked

Sempre se metendo em novos projetos e lutando contra pré-conceitos interiores. Já teve pilhas de HQ's, videogames e cartuchos. Hoje somente bons encadernados e um emulador. Ainda assim, sempre tenta colecionar algo. Pensou em escrever sobre a procrastinação mas achou melhor deixar pra semana que vem.

Este post tem 18 comentários

  1. Renver

    Disse tudo

    O ponto fraco do filme são algumas ações confusas e sem explicações convincentes, pois aparentam dar ênfase para a “ação” em si do que para a “intenção”. Dois exemplos são a cena do Magneto no trem, que não é muito clara no objetivo, e a da levitação do estádio (vista nos trailers). Ela é grandiosa, mas no fim você acaba se perguntando o motivo de tanto esforço. O destino de Wolverine na batalha final também é meio forçado. [2]

    1. Vilipendiador Unperucked

      Obrigado!
      Tem quem não concorde, mas creio que por não entender o teor da critica.
      Me diverti bastante, mas longe de ser um filme cultuado no futuro, como TDK, Superman do Donner ou mesmo X2.

    2. Harvey_o_Adevogado

      são cenas para criar grude para outro evento. Cenas bem fraquinhas. É como se o mag tivesse criado um metal que altera a programação do Sentinela. A desculpa seria que ele “estudou” os planos do anão de jardim do bolivar, mas é dificil de engolir. O máximo que ele conseguiria era fazer os sentinelas de fantoche com a nova cobertura de metal na estrutura interna. Viagem do roteirista…

      1. Vilipendiador Unperucked

        Exatamente. Ele poderia até fazer o Sentinela de marionete, mas nunca interferir na programação, como ativar armas, por exemplo.
        E ele não criou metal. Apenas inseriu o componente no robô, para que pudesse ser minimamente “controlável”.

        Alias, algo me ocorreu agora e que não lembro no momento. Na apresentação dos Sentinelas na Casa Branca tinha vários. Onde eles foram parar na hora da batalha? Não me recordo.

        1. Harvey_o_Adevogado

          não lembro tb. hehe Acho que foi essa ideia do filme. ehehehe

          1. José Messias

            Concordo com relação ao estádio, ficou meio nada a ver mesmo. Embora seja uma referência a uma fala do filme que explica que o nome sentinela veio da mitologia ou dos caralhos que seja, pois eram eles quem guardavam as cidades bla bla bla.
            Ai toda cena do estádio foi pra colocar as sentinelas no alto, como vigias daquela “redoma”, pra fazer essa referência, mas realmente ficou muuuuito forçado.
            Quanto ao trem acho que vc está sendo um pouco duro demais, Vili (uiii). Lembrando que o Magneto não só entorta barras de ferro, ele é o mestre do magnetismo e tem várias outras possibilidades associadas ao poder dele. Se ele trocou os componentes não metálicos por metálicos, ele provavelmente mudou coisa no mainframe dos robos e a partir daí já dava pra ter uma ideia que ele poderia controlar cada ação das máquinas e tal, é tipo controlar um pc diretamente pelo hardware. era tipo isso que ele tava fazendo,, pelo menos foi assim que eu entendi

          2. Harvey_o_Adevogado

            e Messias, vc curtiu a cena do estádio só pela mensagem subliminar: Não vai ter copa, né? heeh
            acho que ele usou isso para dificultar o acesso a casa branca vindo de fora. Uma forma elegante de dizer: “Cheguei, sou foda e só entra e sai quem eu quero aqui!”.

          3. José Messias

            Isso, claro, mas pensei que isso não tava na discussão porque todo mundo concordava.

          4. Harvey_o_Adevogado

            🙂

          5. Vilipendiador Unperucked

            Mas que ele queria dificultar o acesso eu entendi. O problema pra mim é o “antes” e o “depois”.
            Pra quem não viu aquela cena no trailer, fica a curiosidade do objetivo, e após toda a cena a pergunta de porque tanto esforço. Magneto poderia simplesmente ter arrancando a caixa forte dali bem antes. E mesmo assim ele teria poder pra ter afastado toda a policia que tava indo para ali. Poder pra isso ele tinha, como foi mostrado no First Classe e no próprio filme. Então nem a desculpa de que era novo pode ser usada.

            Mas me diverti sim. E é um filme que até merece ser visto mais de uma vez. A prova de que a historia original é foda é que, para mim, as cenas do futuro são as melhores e os primeiros 15 minutos fantastico e chocante.

  2. Tio Fodôça

    As cenas do Magneto no trem e com o estádio flutuante nao sao claras quanto ao objetivo??? Poha…so falta querer que desenhe…

    1. Vilipendiador Unperucked

      em principio não, meu jovem. Depois você até entende, e aí se questiona por elas terem existido. Saca?

      1. Marcelo Pinguim

        “O Magneto está velho, o estádio não sobe mais.”

  3. Marcelo Pinguim

    Não vi ainda, mas vamos dar umas peidadas de regra.
    Vou falar de memória das hqs, não as reli recentemente, mas a impressão que tenho dos trailers não é exatamente do Dias de Um Futuro Esquisito, mas sim de uma mescla desse com A Era de Apocalipse. Inclusive a escolha dos personagens no filme enfatiza isso, trazendo Blink, Bishop, Homem de Gelo, Apache e Sunspot, que não fazem parte do Futuro Esquecido das hqs. A aparência de destruição do futuro me lembra muito mais, inclusive, o futuro do Apocalipse do que a dos Sentinelas, que me parecia mais um regime ditatorial consolidado com pouca ou nenhuma atividade de resistência organizada. O plano original rola na prisão, e não em uma base rebelde oculta, como na Era do Apocalipse.
    Imagino que seria muito frustrante se as pessoas que gostassem do filme fossem à obra inspiradora, que nem o nome de saga pode ter, pois são apenas duas histórias, e se deparassem com Rachel Summers, Franklin Richards, Colossus com cabelo branco e Kitty Pryde vindo ao passado, todos de macacão no campo de concentração, morrendo como baratas pisadas pelos Sentinelas robôs e não os Adaptóides dessa versão cinematográfica. O climão é muito mais do futuro do Apocalipse.
    Quero deixar claro que não estou criticando as opções de roteiro dos produtores, mas não li em nenhum lugar essa pequena ressalva que coloco aqui.
    E a Blink, o que essa personagem tem que todo mundo gosta dela de cara, inclusive eu? Nas hqs ela era originalmente uma bucha insegura e chorona que só apareceu pra morrer na origem da Geração X, e os leitores adotaram ela imediatamente, tanto que voltou na Era de Apocalipse e depois nos Exilados. Vai entender por quê, mas também curto ela.

    1. Vilipendiador Unperucked

      Bem observado a aproximação da imagem da Era do Apocalipse. Pelo fato do Singer usar o vilão no próximo filme, talvez ele tenha tirado algumas coisas da saga. Realmente não lembro de alguém ter feito essa associação.
      Quanto aos Sentinelas do futuro, eu não escrevei na resenha (a fim de evitar spoiler) mas eu comentei bastante nas conversas pela internet. Lembrei que tempos atrás correu um rumor de que a Vampira seria capturada para ser a chave de criação dos robôs, mas no final ela foi limada da história e focaram na Mistica. Só que os poderes são Sentinelas são iguais ao da x-man. Seria um furo de roteiro ou mudaram tudo em cima da hora?
      Sobre a Blink, nunca fui fã mas a apresentação dos poderes na tela é algo fantástico mesmo. Impossível não gostar.

    2. JJota

      Blink era legal demais nos Exilados. Aliás, Exilados era um título muito legal. Aí entregaram ele pro Claremont, que, pra variar, conduziu-o ao cancelamento…

  4. Geyson Freitas

    Finalmente assisti o filme e gostei muito, só acho que ficou devendo mais nas cenas com a Sentinela do passado, ali poderiam ter incluído mais um ou dois mutantes “conhecidos” pra brigar, mas no geral o filme é muito bom, e continua sendo um ótimo caminho para a franquia X-Men nos cinemas, mostrando que filme de super-herói pode ser mais que destruição e efeitos especiais.

    E pelo amor de Deus, tragam Blink de volta no próximo filme :D, os poderes dela ficaram incríveis, achei DUCA ela jogando um ataque do Sentinela contra outro Sentinela e ir evitando ataques abrindo portais, pena que morreu de forma cruel nas duas vezes.

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