Quando se fala em gostar de “música brasileira” é comum ouvir aquela mesma explicação: “ah, mas música brasileira é só samba, pagode, MPB”. A coisa piora ainda mais quando o termo “rock nacional” é usado, uns fazem cara feia, outros comentam “o rock nacional morreu depois dos anos 80”, mas será mesmo que isso aconteceu?
Minha missão aqui é te fazer viajar pelas entranhas da música nacional e talvez, quem sabe, te mostrar que temos muita coisa boa rolando por ai.
Esta semana falarei da banda paulistana O Terno, composta por três integrantes: Martim Bernardes (guitarra e vocais), Guilherme “Peixe” (baixo) e Victor Chaves (bateria). O power-trio está por aí desde 2006, quando ainda faziam covers de Mutantes, Beatles e Kinks.
Em meados de 2009, o trio foi convidado a tocar com Maurício Pereira (que vem a ser o pai de Martim. Coincidência, não?!?) d’Os Mulheres Negras (banda brasileira da década de 80 e altamente recomendada por esta humilde alma que vos escreve) e, de repente, a banda apareceu com composições próprias. Este ano a banda já ganhou prêmios no Multishow e no VMB. Eles chamam atenção pelas letras bem humoradas e o clipe que, com certeza, é um dos melhores do ano.
Já dizia Dona Molko, “só se conhece uma banda depois de ir a um show” e, seguindo os conselhos de minha mãe, fui parar na menor casa de shows de São Paulo, “A Casa de Francisca”, para conferir qual era a desse som meio Beatles, meio Mutantes, meio cítrico.
Por ironia do destino, neste show sentei-me ao lado dos familiares do vocalista da banda, pessoas educadíssimas, simpáticas e que me deram informações preciosas para entender muito mais o tão comentado “66”.
A banda tem um repertório cativante, interage bem com o público durante o show e sabe se adequar ao ambiente sem muito esforço. O disco, como os próprios afirmam, tem dois lados, um d’O Terno e outro d’O Terno com Maurício Pereira. Ele intercala faixas muito boas com faixas regulares, constituindo um som com identidade: você sabe quando a composição é de Tim e companhia e quando a composição é de Maurício Pereira. A falta de medo de errar é outro ponto positivo, as composições são verdadeiras, sem muitos rodeios e cheias de anedotas, um prato cheio para quem curte uma coisa mais realista a algo abstrato.
Por acompanhar a banda há dois meses, já ouvi coisas do disco novo e posso afirmar que “66” é um bom disco de estreia, uma introdução a viagem meio sessentista que a banda propõe, mas talvez não seja para todos os ouvidos.
Disco: 66
Paradas Obrigatórias: Zé, Assassino Compulsivo, Enterrei Vivo e 66.
Nota: 8,5
Preço: R$24,90 ou de graça nos links da banda
Onde posso encontrar a banda?: Facebook Oficial, Twitter Oficial
Estou conhecendo a banda e quero assistir a um vídeo, qual assisto?: Show para o Trama Virtual, gravado no último dia 9 de novembro, terceiro bloco.
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