Iluminamos: Piteco – Ingá

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Olá, pessoal! Estou de volta para escrever um pouco sobre uma Graphic Novel que veio ao mundo faz pouco tempo e traz como protagonista um velho conhecido nosso, mas de um jeito nunca visto, e que talvez nem imaginávamos ver.

Digo que não imaginávamos porque, agora que fechamos a primeira tetralogia da coleção Graphic MSP, quem pensava, mesmo num passado recente, ver os personagens da Turma da Mônica em um estilo de história e desenho completamente diferente do que já estávamos acostumados nas revistinhas que todos os meses chegam às bancas? Não sei bem quantos pensaram, mas uma pessoa foi a responsável pelas obras que hoje incrementam nossas coleções: Sidney Gusman. Devemos essa a ele.

Ok. Confesso que não faz cinco minutos que terminei de ler Ingá e corri para o notebook no intuito escrever estas linhas, mas, mesmo tão pouco tempo depois de ler, posso dizer sem problemas que Shiko, autor desta edição, cumpriu com maestria a missão de criar uma história com alguns de nossos mais queridos personagens.

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Em Ingá, Piteco, Thuga, Beleléu e todos seus companheiros da Aldeia de Lem iniciam uma migração para viver em outro lugar, pois o rio que abastece seu povoado começa a secar. Na véspera da partida, Thuga é raptada por homens-tigres e dada como desaparecida por seus companheiros, deste modo Piteco e seus companheiros são obrigados a se separar do resto do grupo para desvendar o mistério do desaparecimento.

Não bastasse a ótima história, a arte de Shiko está de encher os olhos. Além de seu belo traço, as cores em aquarela dão um toque mágico às páginas da edição, e o trabalho de tons, luz e sombra está incrível. Cada página é uma surpresa em relação a sua arte. Em vários momentos é impossível ler sem escapar um “Uau!” do leitor. Além de resultar em desenhos lindos, o trabalho em aquarela me lembrou muito das histórias em cores de Ken Parker, um dos meus personagens de HQ favoritos! Depois dessa nem tem como não dizer o quanto adorei a arte da edição, gostei até mais do que das suas páginas em MSP Novos 50, e ali os desenhos já estavam pra lá de bons.

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Criaturas sobre-humanas e lendas da nossa cultura popular também estão presentes, e são o que, na minha opinião, deram o diferencial à obra. A presença de animais e criaturas fantásticas, totalmente repaginados pelo autor, colocaram a cereja no bolo da história. Particularmente, adoro o folclore brasileiro, nele há muitas histórias, lendas e culturas. De fato, muitas são pouco conhecidas, mas, ao mesmo tempo, tão ricas que valem a pena serem descobertas, e aqui temos algumas delas. Luis da Câmara Cascudo ficaria orgulhoso.

A edição se encerra com curiosidades e desenhos da pré-produção da HQ, mostrando o processo criativo do artista. Também temos um artigo com as origens do Piteco desde sua criação pelas mãos de Maurício de Sousa.

Depois de tudo isso, preciso dizer: é minha edição favorita. Agradeço à todos os artistas das edições anteriores, Danilo Beyruth com seu emocionante Astronauta – Magnetar, Vitor e Lu Cafaggi com seu nostálgico Turma da Mônica – Laços e Gustavo Duarte com seu divertidíssimo Chico Bento – Pavor Espaciar, todos têm motivos de sobra para se orgulhar do que fizeram. Contudo, Piteco – Ingá se tornou minha Graphic Novel favorita desta primeira leva.

Desculpem a repetição, mas nós devemos tudo isso ao Sidney, o popular Sidão. As quatro primeiras edições de Graphic MSP estão de cair o queixo, não há o que tirar nem pôr. Se você ainda não leu, depois de tantos elogios vindos de várias partes, aconselho-o (a) a consultar um médico, mas, antes de ir, passe em alguma banca ou livraria e compre os exemplares de Graphic MSP, aposto que seu médico também irá gostar. Agora, ficamos ansiosos para o lançamento dos próximos volumes, já divulgados no Fiq de 2013. Boa sorte aos autores das próximas edições, carregar na ponta do lápis a tarefa de desenhar personagens do Mauricio de Sousa é uma responsabilidade e tanto.

Nota: 10,0

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  • Ficha Técnica
  • Título: Piteco – Ingá
    Autor: Shiko (roteiro, desenhos e cores)
    Número de páginas: 82
    Editora: Panini Comics
    Preço: R$19,90(capa cartonada) e R$29,90 (capa dura)
    Publicação: Novembro de 2013

Administrador Iluminerd

A mais estranha figura nesse grupo: não posta, não participa de podcast, mas foi ele quem uniu todas as pessoas dessa bagaça...

Este post tem 3 comentários

  1. CapivarUmanis

    Li Laços e não achei nada de mais, só legalzinha. Terror Espacial foi uma bela droga

    1. Alex Viana Monteiro

      É “Pavor Espaciar”. Penso que o humor atrapalhado, característico das gibis do Chico Bento é bem preservado e acrescido de piadas gráficas, que são inteligentemente construídas dispensando muitas vezes a necessidade de diálogos. A retomada planos sem “profundidade” e das repetições de quadros marcando a movimentação de personagens, são recursos ilustrativos e narrativos que homenageiam os clássicos da linguagem, sem parecer pastiche.
      Por fim, o argumento e a narrativa remontam as mais esdrúxulas histórias de abdução, tendo como cenário o interior (o campo), e contando com experiências mentais, sugestões de intervenções físicas, portais dimensionais…enfim tudo que o gênero dá direito.
      Mesmo imerso no que há de mais caricato quando se trata de Ufologia, a sutileza e o cuidado com que os elementos são apresentados no decorrer da narrativa demonstram a capacidade do comunicação visual do autor. De brinde o autor faz referências a outros personagens de Maurício de Souza (sem forçar a barra), e por fim dá uma luz sobre o verdadeiro destino do Rei do Pop.
      Os personagens são bem apresentados e caracterizados, e mesmo aqueles que desempenham papel secundário na história não ficam como “pontas soltas”, e atuam como articuladores da história para os personagens principais.

      Diferente do colega acima considero a HQ, um Gibi, simples, direto, engraçado e dentro do possível “convincente”. E o mais importante, cumpre seu papel, o entretenimento!

  2. JJota

    Cara, já dispensei esses encadernados. São bons, mas não são “tudo isso”. Faltou ousadia, fica tudo muito… sei lá, sem graça.

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