Ouiés! Hoje, vou fazer o review do primeiro encadernado desta saga da DC Vertigo que acaba de chegar ao Brasil, e promete dar muito o que falar.

Já perdi a conta da quantidade de editoras que se atreveram a publicar quadrinhos da Vertigo no Brasil,  tivemos experiências com a Metal Pesado, Tudo em Quadrinhos, Abril, Brainstore, Opera Graphica, Globo, Pixel… e, salvo pouquíssimos títulos, todas essas editoras tiveram um puta prejuízo ( inclusive algumas indo à falência) graças a essa brincadeira.

Coube à Panini botar ordem na casa, e não é que conseguiram? Várias séries finalmente foram concluídas, encadernados de ótima qualidade viram a luz do dia, revistas com preço acessível nas bancas e títulos lançados com regularidade. Por mais que se critique em outras linhas, na Vertigo, a Panini acertou a mão. Graças a isso, temos mais um título vertiginoso em nossas bancas: Sweet Tooth.

Em Sweet Tooth, o talentoso Jeff Lemire assume os roteiros e desenhos de um mundo pós-apocalíptico, atingido por uma praga misteriosa que matou bilhões de pessoas. Os nascidos após o incidente vieram ao mundo com mutações genéticas, híbridos de humanos e animais. Sete anos após a praga, as crianças antropozoomórficas são caçadas como animais, pois acredita-se que nelas está a chave para entender as razões do ocorrido. Assim, conhecemos Gus, um tímido garoto meio homem, meio cervo que, após a morte de seu pai, tem que sobreviver em um mundo em que não é bem-vindo, e conta com a ajuda do violento caçador conhecido como Jepperd.

Para narrar, Jeff economiza no texto, mas suas poucas palavras são o suficiente para ter uma boa história. Sweet Tooth, a cada número que se encerra, nos deixa ávidos para ler o que está por vir, nos deixando tão surpresos quanto Gus, que até então nunca havia deixado a floresta onde vivia com seu pai.

Confesso que iniciei a leitura com um pé atrás, já que a premissa é parecidíssima com Y – O Último Homem. Histórias de pragas responsáveis pela quase extinção da humanidade estão na moda, estão pipocando em todas as mídias hoje em dia, por que esta seria diferente?

Eu, sinceramente, não sei dizer. Não sei o que me fez gostar desta HQ a ponto de a diferenciar das demais com o mesmo tema. Talvez seja sua essência, a expectativa de ver o comportamento de um indivíduo indefeso neste novo mundo me atraia, sua inocência a ponto de experimentar um barra de chocolate ser uma nova descoberta em sua vida é tocante. Leia você também e talvez encontre sua resposta.

Para aumentar minhas já citadas expectativas, este primeiro encadernado acaba com um enorme cliffhanger, deixando ainda mais aguçado o leitor de Sweet Tooth. No entanto, temo que a espera será grande, pois, até o momento, lá fora só temos cinco encadernados desta aventura. Deste modo, sua publicação no Brasil tende a ser mais espaçada que os demais títulos da Vertigo.

Nota: 8,5

Sweet Tooth – Saindo da Mata.

Jeff Lemire (Roteiro e desenhos)

128 páginas

Panini Comics

R$15,90

Novembro de 2012