O MARAVILHOSO MÁGICO DE OZ – versão Marvel Comics

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Quantas vezes já vimos o “Mágico de Oz” no cinema ou na TV? Como a história entrou em domínio público, uma infinidade de projetos usando esse universo de personagens parecia infinito particularmente nessa última década. Mas, se você souber separar o joio do trigo de diversos filmes, livros e quadrinhos, o que você vai encontrar é algo inspirador e belo. Pude comprovar isso ao ler essa série publicada pela Marvel comics.

Produzido como parte de um projeto da editora de adaptar clássicos da literatura para o formato da arte sequencial, os roteiros de Eric Shanower fielmente seguem o trabalho do autor L. Frank Baum. Enquanto o desenhista Skottie Young consegue capturar e, porque não, trazer ainda mais beleza e maravilhas para esse reino encantado e tão revisitado ao longo de décadas. Isso é impressionante porque diversos outros quadrinhos publicados regularmente não possuem essa qualidade visual. Talvez por falta de tempo? Já que os prazos dos editores para que uma página fique pronta são cada vez mais apertados?

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Homem-Aranha, “Superior” ou “Inferior”, não recebe esse cuidado. Tudo bem que, por ser de domínio único da Marvel, ele não precise ser redefinido visualmente, cada vez que o tempo passa, de forma mais fantástica para garantir que sua versão seja a que venda mais, como acontece com quem lida com o universo de “OZ”. No entanto, os fãs não iriam se importar nem um pouco com títulos de heróis que tivessem na arte interior o cuidado de um projeto como esse, pois cada mês teríamos um sucesso arrebatador e uma obra de arte única.

Os personagens desenhados por Young são definitivamente impossíveis de não serem reconhecidos, até mesmo pela sua silhueta – como são todos os de Jack Kirby, um artista que é sinônimo de universo Marvel. Tudo nessa revista é bem detalhado e desenvolvido, sem distinção alguma de importância, desde a arquitetura da Cidade Esmeralda até o traçado das árvores que cercam seus limites.

As cores de Jean-Francois Beaulieu adicionam texturas e tons para as páginas de uma forma que nunca foi vista numa revista especial da Marvel ou DC. Existe até preocupação em colorir as bordas das páginas para dar a impressão de que elas são envelhecidas pelo tempo e não branquinhas e reluzentes, o que possivelmente iria contrastar negativamente com a arte interna.

Shanower é um especialista em “OZ”, tendo adaptado uma série do mesmo universo uma década atrás. Desta vez, ele procura ser o mais preciso com a história original, até mesmo usando os diálogos e narrações originais do livro quando possível. Para quem conhece o livro, “OZ” é uma coleção de pequenos eventos que se sucedem, nos quais muitas vezes nada acontece de verdade ou evolui demais. Cada personagem francamente expressa seus mais íntimos desejos antes de se unir para alcançá-los de fato, sendo literalmente levados pela estrada de tijolos amarelos através de uma aventura atrás da outra e assim até o fim.

A aventura é melhor lida em pequenas partes, assim como foi lançada originalmente pela Marvel. Ao contrário de um encadernado, as tramas são relativamente curtas e contidas em si, enquanto a história principal que as liga ao todo é fácil de ser entendida de qualquer ponto que você entre. Não se preocupe se seu personagem favorito desaparecer do nada, for preso ou até morto. Um novo personagem irá aparecer em algum momento apenas para mostrar o poder necessário para trazê-lo de volta!

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Essa também não é uma história sutil ou repleta de mistérios, mesmo que você nunca tenha visto nenhum dos filmes, seja o último sobrevivente da Deep Web ou de um planeta que explodiu em uma galáxia distante, é possível imaginar como ela vai terminar desde os primeiros minutos de leitura. Afinal, como explicar que os melhores planos para se sobreviver vêm do camarada que quer um cérebro? Ou de as situações que mais requerem bravura vêm de um personagem que deseja ardentemente ser corajoso? Isso não é culpa do roteirista, é claro, e sim do texto original de “OZ” que foi escrito para um público infantil, mas com o passar do tempo, essas soluções rápidas do roteiro ganharam seu charme, aliados aos carismáticos ‘heróis” e o criativo cenário onde ela se passa.

“O Maravilhoso Mágico de Oz” derrotou todos os preconceitos de leitores mais fundamentalistas de heróis e se tornou a melhor publicação de 2009. Todos os créditos estão voltados para Shanower e sua equipe de arte por terem sido extremamente fiéis ao romance original. O mundo dos quadrinhos precisa de mais revistas como essa e, para nossa alegria, uma continuação da mesma e outros clássicos serão ou já foram produzidos de lá para cá.

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Colaborador

Colaborador não é uma pessoa, mas uma ideia. Expandindo essa ideia, expandimos o domínio nerd por todo o cosmos. O Colaborador é a figura máxima dos Iluminerds - é o novo membro (ui) que poderá se juntar nalgum dia... Ou quando os aliens pararem com essa zoeira de decorar plantações ou quando o Obama soltar o vírus zumbi no mundo...

Este post tem 12 comentários

  1. Wagner Rasputin Beato

    Super a cara do tim burton e do neil gaiman…
    Agora o macaco no final nem preciso falar de quem é a cara né????

  2. Fred Bastos

    O Mágico de Oz é uma febre que vai e volta como queridinho na cultura pop, a Marvel fez seu dever de casa ao produzir essa série com essa lealdade ao original e qualidade que você provou. MAKE MINE MARVEL !!!!

  3. Gabriel Mikalauskas

    Masi que PHODA quero esse Quadrinho !
    Ótima materia gostei muito, obg por me informa sobre esse quadrinho.
    serio mesmo quero compra-lo

  4. Carlos Rocha

    E se o acaso, nas suas infinitas partidas, nos pusesse, ao caminhar em uma estrada de tijolos amarelos, na companhia de tão peculiar grupo? Perguntar-lhe-íamos seus nomes? E depois? Juntar-nos-íamos a eles? E se sim, que íntimos desejos confessaríamos tanto querer almejar? Seria, quem sabe, a aventura de uma vida. 😉

  5. toddy

    tem hora q marvel acerta né? agora tem hora q ela tenta ser “superior” ai já viu a merda q dá né? valeu

  6. Diego Kaviz

    Muito boa a matéria, não sabia que a Marvel já havia produzido gibis do magico de Oz, os traços são ótimos, bem originais e característicos.

  7. Bianca Wernecky

    Que arte mais linda! Nunca outra história vai ter uma das frases mais verdadeiras de todas, venerável: “Não há lugar como o lar!”

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