Papo Literário: Gunther Miranda

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Fala, galera iluminada! É com imenso prazer que trago a mais nova empreitada deste querido site nerd. Antes de mais nada, no que consiste esse tal de “Papo Literário”? Na verdade, trata-se de apenas mais um projeto criado na página como forma de incentivo à Literatura. Embora não sejamos um site especializado nessa temática, não devemos dar as costas a uma das maiores formas de entretenimento da história humana. O sex… ops, a leitura!  Então, como atualmente estamos focados em fomentar a literatura nacional – apresentando novos autores e suas obras -, nada mais justo do que começar esse ciclo de entrevistas com um colega brazuca. Apresentamos, então, Gunther Miranda, autor de O Caso Helena, publicado pela Editora Verve.
 
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Caso queiram saber sobre a obra, é só clicar AQUI e ler nossa resenha. 
 

(Iluminerds) Gunther, poderia nos dizer o que o levou a ser escritor? 

 
*Sempre gostei de escrever. Quando jovem, estudei no colégio Sant`Ana e, em 1991, venci na categoria contos o “ELAS” (Encontro Literário dos Alunos do Sant´Ana). Enquanto trabalhei na Força Aérea não tinha muito tempo e nem pensava em uma carreira literária, mesmo assim, encontrei nas palavras e linhas uma forma de despejar minhas frustrações e mágoas, chegando a escrever “Coletânea dos Contos Macabros”. Em 2013, já policial civil, mais uma vez encontrei-me escrevendo como uma forma salutar de usar minha “hiper-atividade”, esquecendo, assim, a dureza da vida profissional. Participei de alguns concursos como a escolha de obras nas Antologias da Editora Andross “Xeque-Mate” (policial), “Horas Sombrias” (suspense) e “Amor Entre Linhas” (cartas de amor). Porém, remetendo “O Caso Helena” ao Grupo 5W, acabou sendo publicado através da Editora Verve.
 
(Iluminerds) Interessante. Porém, quando você decidiu transformar o Hobby numa forma de trabalho?
 
*Confesso que as premiações dos concursos literários e os momentos de “limpar a mente” me incentivaram a escrever de uma forma profissional. Não posso esquecer também do apoio da esposa (Lucimar Farah) e de vários amigos.
 
(Iluminerds) No que diz respeito a prática ser usada como forma de limpar a mente, você conhece outros escritores que também são policiais?
 
*Particularmente, de sermos apresentados ao vivo e em cores, não. Já ouvi falar de alguns e até tive o prazer de ler a obra “Identidade”, de Marcos Simas.
 

(Iluminerds) Mudando um pouco de assunto, o que você acha do mercado editorial brasileiro na atualidade?

*Muito promissor, mas ao mesmo tempo fechado. Por um lado, há o incentivo a novos autores através de concursos, antologias e leis em vigor. Por outro, a possibilidade de um estranho se tornar uma estrela ainda é muito pequena.

(Iluminerds) E, retomando a questão dos demais autores, será que existe toda essa boa vontade em incentivar a literatura nacional ou é cada um por si?

*Não sei se foi sorte ou falta de azar (kkk…), mas tive muita ajuda de Ricardo Labuto (“B”) e Rosana Freitas (“Crônicas do Absurdo”). Constantemente troco idéias com outros autores e um dos que está me impressionando é o baiano Fábio Shiva (“Sincronicídio”). Confesso que, pela minha formação militar (Armas e Munições), além da atividade policial, tento sempre ajudar. Confesso que busquei ajuda de um outro escritor, porém ele já não foi muito receptivo. Há um ditado que gosto muito, “Se não pode falar bem de alguém, fique quieto”; sendo assim, não gostaria de falar mais sobre esse colega que deixou a fama subir à cabeça.

(Iluminerds)  Ao ler O Caso Helena, percebe-se um grande entusiasmo nas descrições técnicas do livro, em especial, ao falar dos armamentos. Você se considera um especialista? Qual sua arma favorita?

*Claro que sou um Especialista! Afinal, fui formado pela Escola de Especialistas da Aeronáutica, na (saudosa) especialidade de Armas e Munições. Minha arma favorita? São muitas… De porte, a nacional (fabricada pela IMBEL), em calibre .40″, MD2; fuzil, apesar de grande, o FAL (também IMBEL), M964. Vou contar um segredo: sou brasileiro e gosto das armas nacionais.

(Iluminerds) Aproveitando o gancho, uma vez que sabemos a origem de sua expertise,  apesar de ser uma ficção, o que pode ser levado como realidade?

*Os quartéis ainda são emblemas de masculinidade e virilidade onde o homossexualismo e o profissionalismo feminino são vítimas; a interferência política nas promoções militares, principlamente no generalato; a falta de um sentimento de patriotismo generalizado susbtituído por capitalismo selvagem; tudo isso é abordado no livro.

(Iluminerds) Quanto à precarização das forças armadas, outra marca de seu  livro, o que você sugestionaria para contorná-la?

*Modernização dos regulamentos e normas militares que ainda remontam o pós 2ª GM; uma nova conscientização social da importância militar em território nacional; valorização do quadro pessoal através de facilidades de ascenção interna e salarial são algumas sugestões.

(Iluminerds) Teremos continuações com o Inspetor Marlos Wagner?

*Claro! E, vou contar outro segredo: “Helena” já tem filho.

(Iluminerds) E, afinal, Hamza Ahmad? Qual a origem deste heterônimo?

*Sou convertido ao Islã há mais de quatro anos e esse é meu nome árabe.

(Iluminerds) Gunther, é sempre um prazer estar em contato contigo, mas, chegamos ao final de nossa entrevista. Teria alguma consideração final?

Sim. Comprem o livro e desvendem quem matou Helena, antes que Marlos tenha outro caso! (que já está em andamento). 

O autor no lançamento de sua obra.
O autor no lançamento de sua obra.

 

Don Vitto

Escritor, acadêmico e mafioso nas horas vagas... Nascido no Rio de Janeiro, desde novo tivera contato com a realidade das grandes metrópoles brasileiras, e pelo mesmo motivo, embrenhado no submundo carioca dedica boa parte de seu tempo a explanar tudo que acontece por debaixo dos panos.

Este post tem 2 comentários

  1. Aline praça

    Adorei a coluna!
    Achei super legal o livro, acabei de ver o post da resenha, e realmente nunca li nenhum livro de romance policial nacional!
    Fiquei até curiosa, pois esse tipo de livro é o meu favorito =)

    http://www.leituravipblog.com

    1. Don Vittor

      Muito obrigado, Aline. Seu site também é muito legal.

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