QUE DANILO GENTILI O QUÊ! Talk-Show do Adão: Não vá pra cama sem esse tarado!

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 Adão Iturrusgarai entrevista Allan Sieber, André Dahmer, Arnaldo Branco e André Valente, em noite divertidíssima no Rio de Janeiro.

A sacanagem comeu solta na última terça-feira (4/9), quando o gaiato cartunista Adão transformou a mesa-redonda “O Ofício da Tira”, parte da programação da mostra Macanudismo, numa verdadeira festa no apê para Latino nenhum botar defeito.

Convidado, Laerte não pôde comparecer, e o mediador André Valente ficou a sós com o barbudo gaúcho, o que, devido à personalidade expansiva do criador da tira da ninfomaníaca Aline, durou apenas alguns segundos, o tempo que levou para ele implorar convidar seus parceiros (do traço) Allan Sieber e André Dahmer, que estavam entre a plebe, a tomar parte do espetáculo.

Arnaldo Branco, que até o momento continuava ausente, a despeito da lembrança de seus amigos que prometeram se juntar a Adão no palco “em breve”, completaria mais tarde a távola dos quadrinistas com nomes iniciados com a letra ‘A’.

Independente do rufar de tambores, o mediador André Valente abriu os trabalhos perguntando a Adão se costuma fazer como o criador da tira do Níquel Náusea, Fernando Gonsales, isto é, se mantém um arquivo de ideias para eventualidades.

Adão respondeu que prefere produzir todos os dias, como Laerte e Angeli, para quem é considerado o quarto e tardio integrante das HQs de Los Tres Amigos (completado com o falecido Glauco). E lembrou seu mestre, o mitológico cartunista de traços leves e ágeis Wolinski.

Lançando a coletânea de tiras ‘Momentos Brilhantes da Minha Vida Ridícula’, no qual transforma momentos vergonhosos de sua trajetória em uma forma de subsistência, Adão só parece ter notado a presença de uma trinca de crianças segurando seu novo livro na primeira fila, quando criticou as redes sociais virtuais. Ele  tem a impressão de que hoje o internauta, multitarefa, come a mulher enquanto fala no Facebook.

Daí, Adão aproveitou para anunciar de novo que seus colegas de lápis juntariam-se a ele logo, mais especificamente em sete minutos e meio. “O taxímetro está rodando”, sussurrou alguém.  Em seguida, o humorista lembrou de seu encontro com o quadrinhista Guazelli num avião, quando Adão tripudiou com o medo de voar do coitado. Não precisava, mas Adão fez questão de discorrer sobre a ‘configuração suja dos aviões’, na qual compara tais máquinas voadoras a corpos humanos, bonitos e perfeitos, embora o barulho esquisito das asas e das rodas durante o pouso lembre a diarreia humana.

Em seguida, como um Jô Soares 2.0, nosso herói sentou-se à mesa, recebendo Sieber e Dahmer nas cadeiras à esquerda, e perguntou a ambos, com muita galhofa, como foi para eles a honra de participarem de seu novo livro. Perguntou ainda a Sieber se, muitos anos atrás, na década de 80, tinha a noção de que um dia trabalharia com um gênio dos quadrinhos. “Nem em meus mais belos sonhos”, balbuciou um comovido Allan Sieber.

 Ufa, a noite foi longa, leitor! Não perca amanhã, neste mesmo bat-canal a segunda e última parte dessa mesa redondíssima, com lavação de roupa suja, revelações sexuais, Ziraldo, Marília Gabriela, participações especiais e o politicamente incorreto na roda!

P.S.: E não perca a mostra Macanudismo, até domingo na Caixa Cultural.

Rodrigo Sava

Arqueólogo do Impossível em alguma Terra paralela

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