TOP X – Pérolas perdidas da 7ª Geração de consoles

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Toda geração de videogames tem suas pérolas meio escondidas: jogos de alto nível que não venderam muito bem ou que têm um conceito que foge tanto do lugar comum que todo gamer deveria experimentar. Com o Playstation 3, Xbox360 e o Wii nos seus últimos momentos de vida, vale a pena relembrar quais desses você deve ter perdido antes de entrar de cabeça na próxima geração

5- The Darkness

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The Darkness é um jogo de tiro em primeira pessoa que conta a história de Jackie Estacado, um mafioso cuja cabeça é colocada a prêmio depois de falhar numa missão. Até aí, tudo bem convencional. O problema é que Jackie tenta se esconder dos seus assassinos no banheiro de um cemitério e acaba despertando Darkness, uma criatura milenar que lhe confere superpoderes, mas que lentamente o leva à loucura.

Além de uma boa história de vingança e uma das cenas mais tristes desta geração (fiquem tranquilos, não darei spoilers), The Darkness também foge bastante do lugar comum dos jogos de tiro em primeira pessoa. Alguns ambientes da cidade podem ser livremente explorados e o fato de Jackie ficar impossibilitado de usar os poderes das trevas em lugares muito iluminados rende bons momentos.

4- Valkyria Chronicles

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Lembra daqueles bons tempos nos quais bons RPGs japoneses inundavam o mercado de games? Bem, eles praticamente acabaram e agora ficam na memória do PS1 e do PS2. Contudo, há alguns (poucos) bons jogos que ainda despertam a alegria daqueles tempos. Um deles é Valkyria Chronicles, um JPRG de estratégia desenvolvido pela Sega.

A trama se desenrola num mundo de fantasia relativamente moderno cujo cenário lembra muito um misto da Primeira e da Segunda Guerra Mundial. Você assumirá a liderança de um grupo de soldados de Gallia, um principado neutro que acaba sendo invadido pelo Império Europeu (qualquer semelhança com a Alemanha não é pura coincidência) e precisa se defender a qualquer custo. Com um estilo de estratégia em tempo real bem diferente do que estamos acostumados, VC te coloca em um mundo recheado de classes bem customizáveis e um bom nível de dificuldade, coisa rara nesses dias. Os gráficos cell shading do jogo também não um colírio.

3- Dishonored

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Stealth. Um mundo steampunk neo-vitoriano. Uma excelente trama. Jogabilidade complexa. Boa dificuldade nos níveis mais difíceis. Em um império decadente, varrido por uma peste e pela corrupção, você assume o papel de Corvo, ex-guarda-costas da rainha e que é condenado injustamente por assassiná-la. Com uma rebelião crescendo para tirar os regentes do poder, você será o principal trunfo da resistência em missões para assassinar as principais figuras do novo governo.

Dishonored é o que sempre sonhei ver em jogos como Assassin’s Creed ou Hitman, mas nunca recebi. A enorme liberdade que você tem para matar seus alvos e a real possibilidade que o jogo te dá de cumprir suas missões deixando-os vivos é sensacional. Os cenários são vastos e as habilidades de Corvo são incríveis, mas têm um porém: coloque o jogo na dificuldade máxima e retire os ponteiros de navegação. Sem isso, Dishonored pode ficar fácil demais. Tirando esse pequeno detalhe, que uma simples mexida nas opções resolve, esse é um dos melhores jogos desta geração e, infelizmente, pouquíssima gente por aqui jogou.

2- Catherine

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“Convencional” é uma palavra que jamais poderá ser usada para descrever Catherine. Quando se joga um videogame, espera-se enfrentar os medos do protagonista em pesadelos surrealistas onde ele precisa escalar uma montanha de blocos? Ou que a trama principal gire em torno de um cara recém-chegado aos 30 anos que está na dúvida se casa ou fica com um furacão que apareceu na sua vida? Bem, é isso que você terá pela frente quando assumir- o papel de Vincent Brooks.

Catherine é um puzzle sensacional, com uma dificuldade raramente encontrada nos jogos de hoje em dia. As escolhas do jogo também te deixam ficar com sua namorada ou abandoná-la para viver um romance com uma mulher um tanto misteriosa. Existe uma enorme possibilidade de você querer jogar seu joystick na parede em alguns momentos, mas vencer a maldição que assombra Vincent – um pesadelo recorrente que pode matá-lo caso ele não vença o puzzle – dá uma sensação de conquista excelente. E a vontade de fazer a história avançar dificilmente fará você abandoná-lo.

1- Spec Ops: The Line

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Em dezenas de games, matar é uma ação convencional. Seja em Uncharted ou Gears of War, você manda dezenas – senão centenas – de inimigos para o inferno com headshots, granadas e qualquer apetrecho disponível. E em algum momento você se sente culpado por isso? Provavelmente não. A não ser que você tenha jogado Spec Ops: The Line.

Uma releitura do livro “O Coração das Trevas” (Heart of Darkness, no original), de Joseph Conrad, o jogo coloca você no controle de um trio de soldados enviado a Dubai para descobrir o que aconteceu ao 33º Batalhão de Infantaria dos Estados Unidos. Desaparecida há semanas, a unidade estava na cidade para evacuá-la após uma tempestade de areia tê-la isolado do resto do mundo.

Controlando o capitão Martin Walker, você terá pela frente um jogo em terceira pessoa com algumas mecânicas de squad-shooter extremamente violento. Aos poucos, Walker e seus amigos vão deixando para trás a sanidade e você testemunhará essa queda gradual e, pode-se dizer, feita de maneira sensacional: desde o tom de voz do personagem até as ações que você será obrigado a tomar, Spec Ops não é o tipo de jogo que te deixa feliz. Muito pelo contrário. Enquanto o jogador for descobrindo mais sobre os mistérios do 33º Batalhão, ele também perderá um pouco da sua sanidade junto desses personagens numa viagem surreal, violenta e perturbadora.

Spec Ops vai mexer contigo. Jogue, se ainda não o fez.

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Texto do escritor e jornalista Jorge Lourenço, autor do romance Rio 2054.
Neste fim de semana ele estará autografando exemplares no estande da editora Novo Século na Bienal do Livro.

Colaborador

Colaborador não é uma pessoa, mas uma ideia. Expandindo essa ideia, expandimos o domínio nerd por todo o cosmos. O Colaborador é a figura máxima dos Iluminerds - é o novo membro (ui) que poderá se juntar nalgum dia... Ou quando os aliens pararem com essa zoeira de decorar plantações ou quando o Obama soltar o vírus zumbi no mundo...

Este post tem 5 comentários

  1. Bons jogos, realmente esquecidos/ignorados! Provavelmente porque não tiveram uma campanha publicitária forte.

    Aproveito pra deixar o nome de outros 2 bons jogos que foram praticamente ignorados pelo grande público quando lançados: Damnation e Order of War.

    Damnation é um jogo com visual também Steampunk, ambientado num Velho Oeste estranhamente avançado tecnologicamente (meio que Wild Wild West).

    Order of War é um jogo de estratégia ambientado na Segunda Guerra Mundial, publicado pela sempre boa Square. O sistema de turnos é fantástico e os gráficos e sons são ótimos e fieis à época. Uma pena que quase não foi divulgado.

    Bom Post!

    1. Jorge Lourenço

      Colossus, eu realmente não conhecia esses jogos. Aliás, esse Damnation me lembrou MUITO o Darkwatch, que tem uma temática muito parecida e é um bom fps de PS2.

    1. Jorge Lourenço

      Obrigado, Toddy! Mas cara, corre atrás e confere sim. Todos esses valem muito a pena!

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